terça-feira, 27 de novembro de 2007



A dor que atraímos transforma-se em alegria
Vem, tristeza, aos nossos braços
Somos nós o elixir dos sofrimentos
Bicho da seda, come as folhas e faz seu casulo
Não possuímos a folhagem dessa terra
Somos nós o casulo do amor
Apenas somos, quando em nada nos tornamos
É quando perdemos nossas pernas, que nos tornamos corredores
Calo minha boca, tirei o resto do poema, de boca fechada
Dentro deste mundo há outro mundo
Impermeável às palavras
Nele nem a vida teme a morte, nem a primavera dá lugar ao outono
Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes
Até mesmo as rochas e árvores exalam poesia
Aqui a coruja transforma-se em pavão
O lobo, em belo pastor
Para mudar a paisagem, basta mudar o que sentes
E se queres passear por esses lugares, basta expressar o desejo
Fixa o olhar num deserto de espinhos
Já é agora um jardim florido
Vês aquele bloco de pedra no chão?
Já se move, e dele surge a mina de rubis
Lava tuas mãos e teu rosto nas águas deste lugar
Que aqui te prepara um fausto banquete
Aqui todo ser gera um anjo
E quando me vêem subindo aos céus, os cadáveres retornam à vida
De certo viste as árvores crescendo da terra
Mas quem há de ter visto o nascimento do paraíso?
Viste também as águas dos mares e rios
Mas quem há de ter visto o nascer de uma única gota d'água ou uma cintura de guerreiros?
Quem haveria de imaginar essa morada?
Esse céu? Esse jardim do paraíso?
Tu, que ouves este poema
Traduzi-o
Diz a todos o que aprendeste sobre este lugar

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